quinta-feira, 7 de maio de 2009

O Gigolô das Palavras: Análise.

"Eu amo meu gato." Gato é um substantivo, Eu é um pronome e também é sujeito e amar é um verbo transitivo. Direto? Indireto? E o "meu", pronome possessivo. E não para por ai, poderíamos citar inúmeros usos gramaticais que cada uma dessas palavras tem. Apenas nessa pequena frase, um tanto quanto boba.Muitos de nós ainda somos escravos da Gramática. Concordância Nominal? Preciso mesmo saber se o certo é guardas-chuvas,guardas-chuva ou guarda-chuvas? Já não basta saber que o tal guarda-chuva nos protege da chuva? Bom, depende. Como Veríssimo cita em seu texto, ele nunca foi dos melhores em gramática, e hoje ganha dinheiro escrevendo textos, que não só por mim,são considerados incríveis. Gramática não é todo o Português, e eu nem diria que é a base. Do que adianta eu saber o que cada palavra significa se na hora de fazer um texto eu me embaralho entre todos os substantivos, verbos transitivos, objetos, artigos, pronomes, adjetivos... Eu digo que de nada adianta.Sempre reclamei com meus professores de português sobre o porque que aprendemos todas aquelas funções que não vamos usar em nada em nossa vida. Uns me diziam que era para eu não ser ignorante e alguns diziam, na lata, que era porque, bom, estava na planilha da escola.Não quero ser ignorante e me assustar ao ler um texto com a palavra "bonito" sendo substituída por "garboso". Mas também não quero passar minha vida escolar inteira aprendendo coisas que usaremos, no máximo, para passar no vestibular.Gramática não é tudo para ser um bom escritor, mas digo que é essencial. Afinal, o que é um bom escritor? Um bom escritor, em minha opinião, pega simples palavras, as junta e as transforma em um outro mundo. Um bom escritor escreve livros que são devorados na mesma velocidade em que se devoram uma barra de chocolate. Ele consegue nos prender e nos fazer querer terminar logo, mas ficarmos muito triste quando terminamos. Nos faz querermos mais. Mas uma pessoa que escreve “E ele disse: “meu amor, agente tá aqui, e eu lhe digo que essa é a noite mais boa que eu já tive”, é realmente considerado um bom escritor? “Respeitadas algumas regras básicas da Gramática, para evitar os vexames mais gritantes, as outras são dispensáveis.” Isso resume praticamente tudo.Luis Fernando Veríssimo, se intitula Gigolô das Palavras. Termo curtíssimo,porem mais claro impossível. Ele as usa, mas não está "nem aí" para seu passado, sua família, sua origem. O que interessa mesmo é o que elas têm a oferecer. E dai que existem regras para lidar com elas? Elas "não se dão bem" com outras palavras?Quem se importa? Ele não.Coloque alguns de seus textos no Microsoft Word e veja a quantidade de erros que eles vão achar. Me deixe escrever “adianta eu” ao em vez de “adianta-me” !Existem mil tipos de gramáticas. A Gramática descritiva, Gramática gerativa, Gramática formal,Gramática funcional,Gramática normativa,Gramática transformacional,Gramática universal,Gramática implícita. E pra que tudo isso? Como Veríssimo mesmo diz: O importante é comunicar.

Tábata Santiago

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